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Anticoncepcionais Orais Combinados
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Modo
de Uso
-
Início de Uso
Os
anticoncepcionais orais combinados de baixa dose
contêm 30 microgramas ou menos de etinil-estradiol.
Algumas condições clínicas
contra-indicam o uso de anticoncepcionais com
altas doses de estrogênio (50 microgramas
de etinil-estradiol), porém essas contra-indicações
não se aplicam aos anticoncepcionais orais
de baixa dose.
São candidatas ao uso do método
em qualquer circunstância mulheres que não
têm filhos, magras ou obesas, de qualquer
idade (exceto fumantes com 35 anos de idade ou
mais), fumantes com menos de 35 anos, e também
mulheres que tiveram um aborto recentemente.
Além
disso, mulheres com os seguintes problemas podem
usar AOCs de baixa dose:
-
Cólica menstrual ou anemia ferropriva;
-
Ciclos menstruais irregulares;
-
Doenças mamárias benignas;
-
Diabetes sem doença vascular, renal,
ocular ou neurológica;
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Cefaléia leve;
-
Varizes;
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Malária;
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Esquistossomose;
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Doenças tireoidianas;
-
Doença inflamatória pélvica;
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Endometriose;
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Tumores ovarianos benignos;
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Miomas uterinos;
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Antecedente de doença inflamatória
pélvica;
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Tuberculose (exceto se usando rifampicina).
-
Critérios Médicos de Elegibilidade
Os
critérios médicos
de elegibilidade para uso de métodos
anticoncepcionais foram desenvolvidos pela Organização
Mundial de Saúde (OMS, 1996) com o objetivo
de auxiliar os profissionais da saúde na
orientação das(os) usuárias(os)
de métodos anticoncepcionais. Não
devem ser considerados uma norma estrita mas sim
uma recomendação, que pode ser adaptada
às condições locais de cada
país. Consiste em uma lista de condições
das(os) usuárias(os), que poderiam significar
limitações para o uso dos diferentes
métodos, e as classifica em 4 categorias,
de acordo com a definição a seguir:
OMS
1: o método pode ser usado
sem restrições. |
OMS
2: o método pode ser usado.
As vantagens geralmente superam riscos
possíveis ou comprovados. As condições
da categoria 2 devem ser consideradas na
escolha de um método. Se a mulher
escolhe este método, um acompanhamento
mais rigoroso pode ser necessário.
|
OMS
3: o método não deve
ser usado, a menos que o profissional
de saúde julgue que a mulher pode
usar o método com segurança.
Os riscos possíveis e comprovados
superam os benefícios do método.
Deve ser o método de última
escolha e, caso seja escolhido, um acompanhamento
rigoroso se faz necessário. |
OMS 4: o método não
deve ser usado. O método apresenta
um risco inaceitável. |
As
características e as condições
apresentadas na lista acima, pertencem à
categoria 1 de critérios médicos
de elegibilidade da OMS. As mulheres com as características
e condições médicas da categoria
2 da OMS também podem usar este método.
Faça à mulher as perguntas abaixo.
Se ela responder não a todas as perguntas,
então ela pode usar os anticoncepcionais
orais combinados de baixa dose, se assim o desejar.
Se ela responder sim a alguma pergunta, siga as
instruções.
1.
Você fuma e tem 35 anos ou mais? |
Não.
Sim. Peça à mulher
para parar de fumar. Se ela tem 35 anos
ou mais e não aceita parar de fumar,
não forneça ACOCs. Ajude-a
a escolher um método sem estrogênio. |
2.
Você tem pressão alta? |
Não. Sim. Sempre avalie a
pressão arterial (PA):
Se PA abaixo de 140/90: pode-se fornecer
ACOCs sem medidas adicionais de PA;
Se PA entre 140-159/90-99: pode-se fornecer
ACOCs e verificar PA no retorno; se persistir
nessa faixa, recomendar outro método
ou monitorar cuidadosamente a PA em cada
retorno.
Se PA de 160/100 ou mais: não fornecer
ACOCs. Ajude-a a escolher um método
sem estrogênio. |
3.
Você está amamentando um bebê
com menos de 6 meses? |
Não. Sim. Pode fornecer os
ACOCs com a instrução de iniciar
o método quando parar de amamentar
ou seis meses após o parto. Se a
amamentação não for
exclusiva, orientar para associar condom
ou espermicidas. Outros métodos também
eficazes são melhores escolhas do
que os ACOCs, quando a mulher está
amamentando, independentemente da idade
do bebê. |
4.
Você tem qualquer problema sério
no coração ou de circulação?
Você já teve tais problemas?
Que problemas foram esses? |
Não. Sim. Não forneça
ACOCs se a mulher referir história
atual ou passada de doença cardiovascular,
AVC, trombose venosa profunda, diabetes
há mais de 20 anos ou com lesão
ocular, neurológica ou renal: ajude-a
a escolher um outro método eficaz. |
5.
Você tem ou teve câncer de mama? |
Não. Sim. Não forneça
ACOCs. Ajude-a a escolher outro método
não-hormonal. |
6.
Você tem icterícia (olhos e
pele com coloração amarelada),
cirrose hepática ou tumor no fígado? |
Não. Sim. Se ela tem doença
hepática ativa e grave, não
forneça ACOCs e oriente-a na escolha
de outro método não hormonal. |
7.
Você sofre de cefaléia intensa
com visão turva com frequência? |
Não. Sim. Se a mulher sofre
de enxaqueca e refere visão turva,
perda temporária de visão,
escotomas cintilantes ou linhas em zigue-zague,
dificuldade de fala ou locomoção:
não forneça ACOCs e ajude-a
na escolha de outro método sem estrogênio. |
8.
Você está tomando medicamentos
para convulsões? Está tomando
rifampicina ou griseofulvina? |
Não. Sim. Se a mulher está
tomando fenitoína, carbamazepina,
barbitúricos, primidona, rifampicina,
griseofulvina, forneça-lhe condons
ou espermicidas para usar junto com o ACOC,
ou assista-a na escolha de outro método
eficaz, se o tratamento for prolongado ou
se ela preferir. |
9.
Você acha que pode estar grávida? |
Não. Sim. Forneça-lhe
condons ou espermicida para usar até
ter razoável certeza de que não
está. Então ela poderá
iniciar ACOCs. |
10.
Você tem tido sangramento vaginal
maior do que o usual? |
Não. Sim. Se a possibilidade
de gravidez é baixa e a mulher tem
sangramento vaginal que sugere uma condição
médica subjacente, ela pode usar
os ACOCs, pois nem a condição
nem o seu diagnóstico serão
afetados pelo método. Avalie e trate
a condição adequadamente e
reavalie o uso de ACOCs de acordo com os
achados. |
11.
Você sofre de problemas de vesícula
biliar? Já teve icterícia
quando estava usando ACOCs? Você deverá
submeter-se a uma cirurgia que a deixará
acamada por uma ou mais semanas? Você
teve um parto nos últimos 21 dias? |
Não. Sim. Se a mulher atualmente
sofre de doença da vesícula
biliar e toma medicação para
isso, ou refere icterícia com o uso
de ACOCs, não forneça ACOCs.
Assista-a na escolha de um método
sem estrogênio.
Se há possibilidade de cirurgia a
curto prazo ou parto ocorrido recentemente,
ela pode receber ACOCs com instruções
sobre quando começar a tomá-los
posteriormente. |
- Momentos
Apropriados para Iniciar o Uso
-
Procedimentos para Iniciar o Uso do Método
Antes
de iniciar o uso de métodos anticoncepcionais,
a mulher deve ser adequadamente orientada pelo
profissional de saúde. Essa orientação
deve abranger informações acuradas
sobre todos os métodos anticoncepcionais
disponíveis. Uma orientação
adequada permite a tomada de decisão baseada
em informações, traduzindo a "escolha
livre e informada".
Importante:
Para orientação e aconselhamento
em anticoncepção, consulte Orientação.
Os
procedimentos para iniciar o uso do método,
relacionados abaixo, estão classificados
em quatro categorias. Estes critérios foram
desenvolvidos por um grupo de agências colaborativas
da USAID e são orientados fundamentalmente
para salientar os requisitos mínimos
para a oferta de métodos anticoncepcionais
em regiões com poucos recursos.
O fato de não serem absolutamente necessários
não significa que não devam ser
utilizados em serviços que contam com recursos
adequados; são procedimentos que significam
boa prática médica.
Deve-se salientar que, em muitas oportunidades,
a falta de recursos para realizar alguns procedimentos
francamente desnecessários (categoria D)
é usada como justificativa para impedir
o uso de alguns métodos anticoncepcionais.
Categoria A |
essencial
e obrigatório em todas as circunstâncias
para o uso do método anticoncepcional. |
Categoria B |
médica/epidemiologicamente
racional em algumas circunstâncias
para otimizar o uso seguro do método
anticoncepcional, mas pode não ser
apropriado para todas (os) clientes em todos
os contextos. |
Categoria C |
pode
ser apropriado para uma boa atenção
preventiva, mas não tem relação
com o uso seguro do método anticoncepcional. |
Categoria D |
não
somente desnecessários, mas irrelevantes
para o uso seguro do método anticoncepcional. |
Procedimento |
Categoria
|
Exame
pélvico (especular e toque bimanual) |
C |
Medida
de pressão arterial |
B |
Exame
das Mamas |
B |
Triagem
para DST por testes de laboratório
(indivíduos assintomáticos) |
C |
Triagem
para câncer de colo uterino |
C |
Testes
laboratoriais rotineiros (colesterol, glicose,
enzimas hepáticas) |
D |
Pontos
específicos para orientação
sobre ACOC:
-
Eficácia
-
Efeitos colaterais comuns
-
Uso correto do método, incluindo
instruções para pílulas
esquecidas
-
Sinais e sintomas para os quais deve
procurar o serviço de saúde
-
Proteção contra DST
|
A |
Orientação
sobre mudanças no padrão menstrual,
incluindo sangramento irregular ou ausente |
A |
- Instruções
Gerais
-
Entregue à mulher pelo menos uma cartela
da pílula que ela estará usando;
-
Mostre a ela o tipo de cartela que ela estará
recebendo; com 21, 22, 24 ou 28 comprimidos;
-
Explique a ela que as últimas sete
pílulas nas cartelas de 28 pílulas
não contêm hormônios (pílulas
placebo); explicar que, se ela esquecer de
tomas as pílulas placebo, ainda assim
estará protegida contra gravidez. Porém,
se esquecer de tomas as pílulas que
contêm hormônios, ela corre o
risco de engravidar;
-
Explique como tirar a primeira pílula
da cartela;
-
Explique a ela com seguir a instruções
ou flechas desenhadas na cartela para tomar
o restante das pílulas, uma a cada
dia;
-
Explique como iniciar a primeira cartela e
a seguinte, e como proceder quando se esquecer
de tomar a pílula;
-
Peça-lhe que repita as principais instruções
dadas e que, com uma cartela em mãos,
mostre como usará a pílula;
-
Pergunte se tem dúvidas, medo ou se
está preocupada com alguma coisa.
- Instruções
Específicas
-
Iniciando a primeira cartela: Explique à
mulher que se ela começar a tomar depois
do sétimo dia após a menstruação,
ela poderá ter sangramento menstrual
irregular durante alguns dias;
Orientá-la para tomar a pílulas
sempre à mesma hora, a cada dia.
-
Iniciando a cartela seguinte:
- Cartela
de 21 pílulas: depois que
tomar a última pílula da cartela,
ela deve esperar sete dias e depois tomar
a primeira pílula da cartela seguinte.
- Cartela
de 22 pílulas: depois de
tomar a última pílula da cartela,
ela deve esperar seis dias e depois tomar
a primeira pílula da cartela seguinte.
- Cartela
de 24 pílulas: depois de
tomar a última pílula da cartela,
ela deve esperar quatro dias e depois tomar
a primeira pílula da cartela seguinte.
- Cartela
de 28 pílulas:quando terminar
a primeira cartela, ela deve tomar a primeira
pílula da segunda cartela no dia
seguinte, sem intervalo.
- Se
esquecer de tomar uma ou mais pílulas:
Se esquecer de tomar uma pílula:
-
Tomar uma pílula (a esquecida) imediatamente;
-
Tomar a pílula seguinte no horário
regular;
-
Tomar o restante das pílulas regularmente,
uma a cada dia.
Se
esquecer de tomar duas ou mais pílulas:
-
Orientá-la a usar condom, espermicidas
ou evitar relações sexuais
durante sete dias;
-
Tomar uma pílula imediatamente;
-
Contar quantas pílulas restam na
cartela:
Se restam sete ou mais pílulas: tomar
o restante como de costume.
Se restam menos que sete pílulas: tomar
o restante como de costume e inicar uma nova
cartela no dia seguinte após a última
pílula da cartela; neste caso, a menstruação
pode não ocorrer naquele ciclo.
Se
esquecer de tomar uma ou mais pílulas
placebo:
-
Descartar as pílulas que esqueceu
de tomar;
-
Tomar o restante das pílulas como
de costume;
-
Iniciar uma nova cartela como de costume,
no dia seguinte.
-
Orientar sobre os problemas mais comuns:
-
Mencionar os efeitos colaterais mais comuns,
explicando que não são sinais
de doenças, comumente cessam ou desaparecem
após três meses de uso, e que
muitas mulheres não os apresentam.
-
Explicar como ela pode resolver alguns desses
problemas:
-
Efeitos colaterais comuns: continuar a
tomar as pílulas: os sintomas podem
se agravar se suspender o uso, e o risco
de gravidez aumenta. No caso de spotting
ou sangramento irregular, ele deve procurar
tomar a pílula todos os dias no
mesmo horário.
-
Vômitos dentro de uma hora após
tomar a pílula: tomar outra pílula
de outra cartela.
-
Diarréia grave ou vômitos
durante mais de 24 horas: continuar a
tomar a pílula se for possível,
e deve usar condom ou espermicidas ou
evitar relações sexuais
até que tenha tomado uma pílula
por dia, durante sete dias seguidos, depois
que a diarréia e os vômitos
cessarem.
-
Descrever os sintomas dos problemas que
requerem atenção médica:
SINAIS
DE ALERTA
Se
a mulher apresentar algum desses sintomas,
deverá ser orientada para procurar
imediatamente o Serviço de
Saúde:
-
Dor intensa e persistente no abdomen,
tórax ou membros;
-
Cefaléia intensa, que começa
ou piora após o início
do uso de anticoncepcionais orais
combinados;
-
Perda breve de visão;
-
Escotomas cintilantes ou linhas
em zigue-zague;
Icterícia.
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-
Acompanhamento
A
mulher deve ser orientada para retornar quando
quiser; o retorno não precisa ser necessariamente
agendado. Em cada retorno:
-
Perguntar à mulher se tem dúvidas
ou se deseja discutir algum assunto;
-
Perguntar sobre sua experiência com o
método, se está satisfeita ou
se tem problemas.
-
Perguntar se tem tido problemas de saúde
desde o último retorno;
-
Se ela apresentou desde o último retorno:
hipertensão arterial, cardiopatia coronariana,
AVC, câncer de mama, doença hepática
ativa, cefaléia intensa com visão
turva, doença da vesícula biliar,
ou se está tomando anticonvulsivantes,
rifampicina ou griseofulvina: critérios
de elegibilidade.
-
Se teve sangramento vaginal anormal que sugira
gravidez ou apresenta alguma condição
médica subjacente: como tratar os problemas.
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